São Paulo - Passadas poucas semanas do leilão do 5G no Brasil, o setor calcula a demanda energética necessária para a implementação dessa tecnologia. A expectativa do mercado e de especialistas, porém, é ter um investimento com baixo impacto e que proporcione mais eficiência —tanto na troca de dados como em procedimentos industriais.
A infraestrutura necessária para que as empresas operem o 5G cabeamento e antenas —estas devem existir em um número cerca de cinco vezes maior em comparação com o 4G, diz Luiz Henrique Barbosa da Silva, presidente-executivo da Telcomp (Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas).
As antenas do 5G são menores do que as usadas atualmente e têm a dimensão média de uma caixa de sapato, de acordo com a Conexis, associação que representa empresas de telecomunicação.
A quantidade de antenas a serem instaladas depende de diferentes fatores, entre eles densidade populacional e elementos geográficos, como a presença de túneis e morros, explica Barbosa da Silva, da Telcomp. Espaços com densidade populacional muito alta precisam de mais torres.
Mas, segundo ele, apesar de ser necessário um número maior de antenas, a rede está ganhando eficiência. "Imagine uma sala escura. Você coloca uma luz no centro: essa é a rede 1G. Ela cobre a sala toda, mas, para ter uma boa iluminação, é preciso aumentar a potência. Com o 2G você coloca mais uma lâmpada e, quando chegamos ao 5G, eu tenho uma quantidade maior de lâmpadas no teto, mas elas têm potência menor. E isso é mais eficiente", diz.
Além disso, a tecnologia consegue transportar dados com um consumo de energia mais eficiente do que no 4G, diz Marcelo Zuffo, professor da Escola Politécnica na USP (Universidade de São Paulo).